Procuramos saber porque o pequeno país europeu exporta ciclistas como Tadej Pogacar e Primoz Roglic

Ciclismo na Eslovênia
Tadej Pogacar e Primoz Roglic, dois dos expoentes esportivos da Eslovênia – mas não os únicos.

Destino dos menos “famosos” na Europa, a Eslovênia tem pouco mais de 20 mil quilômetros quadrados e cerca de dois milhões de habitantes. No entanto, o país tem se destacado nos últimos anos como berço de ciclistas de destaque.

Além das conquistas nada irrelevantes de Tadej Pogačar (duas vezes vencedor do Tour de France) e Primoz Roglič (ouro Olímpico em contrarrelógio), outros ciclistas eslovenos também se mostram valiosos no World Tour.

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E a Eslovênia também encontra sucesso esportivo fora do ciclismo, com atletas de destaque em modalidades como o basquete e o esqui alpino.

Mas como um país tão pequeno consegue alcançar tanto destaque nos pódios profissionais? Encontramos algumas razões que ajudam a entender.


POR QUE A ESLOVÊNIA É UMA FÁBRICA DE CICLISTAS

Tadej Pogacar no Tour de France em 2020

CLIMA E GEOGRAFIA FAVORÁVEIS

Além de lindíssimas, as paisagens naturais da Eslovênia são muito diversas e propiciam todo tipo de pista, perfeitas para quem quer pedalar longas distâncias em estradas bem conservadas e paisagens deslumbrantes.

O clima relativamente ameno proporciona condições favoráveis quase o ano todo, e o tamanho reduzido do país é outra vantagem: nunca se está muito longe de belas montanhas.

A Eslovênia tem algumas das trilhas de mountain bike mais bonitas do mundo, que atraem ciclistas durante o ano inteiro (e a recente construção de um velódromo nacional resolveu o problema dos treinos durante as épocas mais frias do inverno).

Há quem prefira percursos montanhosos mais acentuados e quem se dê melhor em médias montanhas não tão severas.

Na Eslovênia, é possível aproveitar todos eles, com trilhas de níveis que vão desde iniciantes até ciclistas profissionais.

MENOS TALENTOS, MAIS TREINO

Matej Tušak, psicólogo esportivo que trabalhou com Primoz Roglic no começo de sua carreira, afirmou  que, porque o país é tão pequeno, os treinadores ficam mais motivados a encontrar os verdadeiros talentos – e leva-los a níveis mais altos*.

TRADIÇÃO ESPORTIVA

Além de alguns dos melhores ciclistas do mundo, a Eslovênia também produz atletas de destaque em outras modalidades.

Alguns exemplos são a escaladora Janja Garnbret (medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020), Luka Doncic, do Dallas Mavericks e Goran Dragic do Miami Heat no basquete, o goleiro de futebol Jan Oblak, do Atletico Madrid, e a esquiadora Olímpica Tina Maze.

O país também figura entre os que mais têm medalhas Olímpicas per capita no mundo.

ESPÍRITO DE EQUIPE E APOIO ESTATAL

O passado comunista da Eslovênia também influencia seu presente esportivo. Parte da Iugoslávia até 1991, o país conta até hoje com forte apoio estatal ao esporte, com incentivos e infraestrutura.

A população foi imbuída de um forte espírito nacionalista, que é refletido em apoio da torcida, mentalidade de dedicação ao trabalho e busca pelo sucesso – uma receita de sucesso na busca por títulos.

* Informações do site rouleur.cc